Prefeitura de São Romão

HISTÓRIA DO MAJOR SAINT' CLAIR FERNANDES VALADARES

*** Ótimo texto sobre a vida de um dos personagens mais importantes da nossa história. ***

“Se você for parente de alguma pessoa citada no texto, envie-nos fotos e relatos sobre a atuação na cidade.”

        Saint’ Clair Fernandes Valadares, filho de Francisco José Fernandes Capanema (Pitanguy) e de Maria Cordeiro Valadares, nasceu no dia 26 de setembro de 1871, na fazenda Capão Grosso, Distrito de Conceição dos Morrinhos, município de Paracatu (hoje município de Arinos). Pouco depois, seu pai construiu uma fazenda no lugar denominado Pesqueiro, e para ali se mudaram.

        Estudou na terra natal. Seu pai contratou um professor particular e, com seis meses de aulas, ele ensinava o professor. Casou-se com Emília Pereira de Araújo, filha de Félix Pereira de Araújo e de Maria Joana Teixeira de Araújo. Tiveram os seguintes filhos: Aristóteles, Verediano, Garibaldina (casada com Oto Wagemam Carneiro), Zina (casada com Aristides Carneiro da Rocha), Saint’ Clair, Antonia (casada com Benevides Borges Carneiro), Francisco, Félix, Israel, Maria (casada com Henrique Meireles), Pedro, Diomedes e José.

        Em 1906 mudou-se do Pesqueiro para o Tamboril, onde construiu uma bela residência, uma fazenda avançadíssima para aquela época, que recebeu o nome de Fazenda Escola do Tamboril. Funcionava ali uma máquina a vapor, que movia um engenho de cana, uma serraria de madeira, uma turbina de açúcar, uma fábrica de rapadura, outra de cachaça, um descaroçador de algodão e um moinho de milho. A velha caldeira encontra-se até hoje na fazenda Tamboril. Ali está fincado o marco do progresso.

        Abastadíssimo fazendeiro, o Major Saint’ Clair gostava muito da Agricultura, mas sua dedicação toda especial era pela Farmácia. Tinha no Tamboril a sua pequena farmácia para atender a numerosa família e os vizinhos de 15 à 30 léguas.

        Em 1922 construiu uma lancha de tamboril, que recebeu o nome de Valadares e uma canoa também de tamboril com capacidade de três toneladas. A lancha rebocava a canoa e fazia o percurso do Porto da Ponte Alta à foz do Urucuia no São Francisco, passando por São Romão e indo até Pirapora. No percurso que fazia no ria Urucuia (75 léguas) enfrentava as seguintes corridas e cachoeiras: Corrida da Taboquinha (12 km de extensão), Cachoeira Poço Fundo, Poço Raso, Caidinha, Escaramuça, Dois Irmãos, Estrema de Maria Joana, Buritizinho, Suçuarana, Capão da Cinza, São Paulo e Corrida das Pedrinhas (18 km de extensão).

        A lancha era movida por um motor Humber e depois por um Chevrolet. Tinha como mecânico o irmão João Fernandes Pitangui e como práticos Januário Alves e João da Silveira. Trouxe de Januária para Urucuia o professor Benevides Doro de Quadros, para lecionar no povoado de Morrinhos e depois na Fazenda Tamboril.

        Possuiu, naquela época, um automóvel Ford 1924, um caminhão Chevrolet 1928 e uma camioneta Chevrolet 1941. Seus motoristas eram o irmão Francisco Fernandes Pitangui e o filho José Fernandes Valadares (Juquinha).

        Mantinha as melhores relações com seus correligionários e amigos de Paracatu, como o embaixador Afrânio de Melo Franco, José Soter Gonzaga, Lindolfo Garcia Adjuto, Luis de Santana Júnior, Major Jefferson Martins e outros vultos daquela cidade berço da instrução.

        Numa de suas passagens por São Romão com destino a Pirapora, em 1923, encontrou-se com o farmacêutico Manuel Simões da Silva Caxito e, em conversa, ventilaram a criação do Município de São Romão, com o desmembramento dos distritos de Conceição dos Morrinhos, Buritis, São João do Pinduca (Joanópolis, hoje Serra Bonita) e Formoso, pertencentes ao Município de Paracatu; e São Romão e Capão Redondo, distritos de São Francisco.

        Enviou a Belo Horizonte, nesse mesmo ano, uma Comissão composta pelos cidadãos Manuel Simões da Silva Caxito, Dr Euclides Gonçalves de Mendonça e Saint’ Clair Júnior.